O coração do bebê de 1 ano e 8 meses, Nicolas Valentim, que sofreu um trágico acidente doméstico e morreu em decorrência de um afogamento no domingo (10) foi doado para uma criança do Paraná. A captação do órgão foi feita nessa terça-feira (12), no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
A família de Nicolas, com muita coragem e amor, tomou a difícil decisão de autorizar a doação dos órgãos, o que ofereceu uma nova chance de vida à criança paranaense.
Emocionada, a mãe de Nicolas, a jovem Fabiele Carolina Queiroz dos Santos, falou sobre a difícil decisão e a importância de salvar a vida de outra criança.
“Nós não conseguimos trazer o Nicolas de volta, mas sabemos que ele vai continuar vivendo de alguma forma. Quando tomamos a decisão de doar seus órgãos, pensamos nas crianças que estão esperando uma oportunidade para viver. É um consolo no meio de tanta dor”, declarou Fabiele, com lágrimas nos olhos, mas com imensa gratidão pelo ato de solidariedade.
A movimentação para a captação dos órgãos emocionou toda a equipe médica e os profissionais do HMC, que destacaram a importância do gesto. A captação foi realizada com extrema responsabilidade e respeito, contando com o apoio de diversos especialistas da unidade hospitalar, que se dedicaram a garantir que os órgãos fossem aproveitados da melhor maneira possível.
A Dra. Inajara Marinho, que coordenou a equipe do HMC até a chegada da equipe de transplantes do Paraná, mostrou-se profundamente tocada pelo ato da família. “É sempre um momento muito delicado quando uma família precisa lidar com a perda de um ente querido. Porém, a decisão de doar órgãos é um ato de amor, que transcende a dor da perda e se torna uma oportunidade de oferecer uma nova chance de vida a outras crianças. A equipe se sentiu honrada por poder contribuir com esse gesto nobre”, afirmou.
A doutora explicou que, após a manifestação da família em autorizar a doação dos órgãos, o hospital realiza todos os testes conforme o protocolo e encaminha o pedido à Central Nacional de Transplantes, que busca o paciente mais compatível para ser o receptor do órgão. A equipe que faz a captação é a mesma que irá realizar o transplante na criança que receberá o órgão doado. “É uma verdadeira corrida contra o tempo, porque tudo tem que ser realizado de forma muito rápida. É uma correria, mas que, no final, deixa uma emoção imensurável”, comemorou a pediatra.
A enfermeira Leila Luiza dos Santos Silva, que acompanhou todo o processo, também ressaltou a emoção da equipe. “A cada passo dessa captação, a sensação de que estávamos fazendo algo importante, algo que faria diferença na vida de outra família, ficou mais clara. Estamos muito agradecidos pela confiança da família do Nicolas e, ao mesmo tempo, muito tocados por essa despedida cheia de amor”, disse Leila.
O diretor-geral do HMC, Paulo Ponce, reforçou a importância da doação de órgãos, destacando que gestos como o da família de Nicolas ajudam a salvar vidas e proporcionam uma nova perspectiva de esperança para famílias que enfrentam a difícil espera por um transplante. “O caso de Nicolas é mais uma demonstração de como o amor e a generosidade podem transformar a dor em esperança. O Hospital Municipal de Cuiabá se solidariza com a dor da família de Nicolas e agradece imensamente pela nobre decisão, que garantirá a chance de vida para outra criança”, disse o gestor.
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