O tempo aberto nunca foi tão bem vindo para o agricultor Claudecir Cenedese. Ele não quer saber de chuva pelos próximos dias na fazenda em Nova Mutum, Mato Grosso. O motivo é quantidade de milho exposto na fazenda. “É difícil e preocupante. Deitamos na cama, mas não dormimos, por conta da preocupação de molhar o milho. É uma situação delicada”,afirma.
A falta de sono começou quando o silo e o armazém da propriedade ficaram completamente lotados. Esta é a primeira vez que o agricultor enfrenta este tipo de situação e a montanha de milho vai permanecer a céu aberto por pelo mais duas semanas.
Apesar de já ter vendido 90% da produção, Claudecir não fechou nenhum contrato com entrega imediata. “Tentei na hora de vender, mas a retirada é só a partir de 15 agosto. A colheita chegou e está ai essa situação”, conta.
Os agricultores enfrentaram complicações durante o primeiro semestre, principalmente no escoamento da soja, o que atrasou todo o calendário da colheita de agora.
Em uma cooperativa em Sorriso, a soja colhida no primeiro semestre ainda ocupa 60% da estrutura de armazenagem e pelo menos 10 mil toneladas de milho foram parar no chão.
“A gente fez uma programação de embarque de milho em junho, julho, em torno de 50% do que foi colhido, e devido ao atraso lá atrás, que começou com a greve dos caminhoneiros e acabou tendo problema em ferrovia, em porto, a gente não conseguiu embarcar nada. Então vem embolando os problemas e a gente ficou com o milho todo ai estocado”, diz Anderson Oro, diretor da cooperativa.
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