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Produtores rurais são remunerados por conservação ambiental

IPAM e Liga do Araguaia apresentam produtores recompensados por manterem vegetação nativa em suas propriedades
Por Ascom
| Atualizado em 27/04/2022 às 14h40

VALE DO ARAGUAIA – Uma parceria entre o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e a Liga do Araguaia celebra no dia 3 de maio mais uma etapa do reconhecimento dos serviços ambientais prestados por propriedades privadas que investem na conservação de excedente de mata, além de sua obrigação legal. O evento “Valorizando florestas em propriedades privadas: CONSERV no Araguaia” será realizado remotamente, das 10h às 11h30, e será transmitido pelo YouTube do IPAM. liga do araguaia
Privado e de adesão voluntária, o CONSERV reconhece o papel do produtor rural na manutenção de mata nativa e propõe um novo modelo no qual a conservação é aliada ao desenvolvimento. Lançado em 2020 e desenvolvido pelo IPAM – em parceria com o EDF (Environmental Defense Fund) e com o Woodwell Climate Research Center -, nesta etapa, o CONSERV opera em municípios de Mato Grosso, nos biomas Amazônia e Cerrado.
Após três anos de divulgação e prospecção junto aos participantes do movimento Liga do Araguaia, foram selecionados seis produtores que deram início às ações do “CONSERV no Araguaia”, uma parceria entre as duas entidades. As adesões concretizam mais um passo da missão da Liga do Araguaia, que busca promover o desenvolvimento econômico e social da região do Médio Araguaia matogrossense, por meio do aumento da produtividade e da renda, respeitando a legislação vigente e os limites dos sistemas naturais, mostrando na prática uma pecuária sustentável capaz de aliar produção e conservação.
Para celebrar este momento, o evento terá a participação do banqueiro e líder empresarial Cândido Bracher, que irá falar pela primeira vez, diretamente ao setor produtivo do agro brasileiro, sobre “A visão do mercado financeiro sobre os ativos ambientais e sua importância como política pública do Brasil”. Bracher formou-se em administração de empresas pela FGV-SP e acumula experiência de quatro décadas no mercado financeiro. Chegou ao Itaú em 2003 e tornou-se presidente do banco em abril de 2017 até janeiro de 2021. Atualmente, é integrante do conselho de administração do Itaú Unibanco.
O evento contará ainda com apresentações de André Guimarães e Lucimar Souza, diretores do IPAM, Caio Penido e José Carlos Pedreira de Freitas (Liga do Araguaia), além de produtores da Liga do Araguaia que aderiram ao projeto.
O que dizem os produtores da Liga do Araguaia:
“O que me levou a participar da iniciativa foi a oportunidade de mostrar para as pessoas que não conhecem o campo que nós, ainda que sejamos eficientes na produção, também conservamos uma parte da propriedade com reservas nativas além daquilo que somos obrigados a preservar”, Geraldo Antonio Delai, Fazenda Tanguro, Canarana (MT). Produção: agricultura com plantio de soja, milho, gergelim, feijão, girassol, milheto, braquiária – integração (lavoura – pecuária) e criação de bovinos com ciclo completo – 100% IATF. “O que me motivou a entrar no CONSERV no Araguaia foi a possibilidade de aliar o fator financeiro com a conservação do meio ambiente. Durante muitos anos minha família conservou a propriedade que veio dos meus avós, e conservar despende dinheiro. O CONSERV no Araguaia nos ajuda a seguir nesse caminho da preservação”, Dilermando Francisco Lunardi, Araguaiana, Mato Grosso. Produção: pecuária (ciclo completo).
“Pela primeira vez na minha vida de produtor rural, que já é extensa, eu vejo uma ferramenta que surge para nos ajudar. Isso é importante, pois não basta apenas falar
para não desmatar; tem que incentivar a não supressão. Se o produtor vai conservar uma área que ele tem direito de abrir, é necessário que ele seja recompensado. O
CONSERV no Araguaia está fazendo isso”, Carlos Roberto Della Libera Filho, Barra do Garças (MT). Produção: pecuária – ciclo completo (cria, recria e engorda), ILPF
(integração lavoura-pecuária-floresta), suinocultura orgânica, apicultura orgânica e criação de muares. “Depois de 43 anos cuidando de uma floresta, não deixando fogo entrar e ninguém desmatar, agora com os meus 73 anos, acredito merecer receber alguma compensação financeira pelos serviços prestados à natureza e para a população. Cuidar de floresta custa muito caro”, Luiz Ferreira, Fazenda Brilhante, Barra do Garças (MT). Produção: pecuária.
“A nossa propriedade é pequena, temos poucas áreas abertas e sempre fomos relutantes em suprimir mais, pois sabemos da importância da floresta em pé. Esse
projeto permite que continuemos conservando e sejamos remunerados”, Vivaldo Costa Águiar, Pontal do Araguaia (MT). Produção: pecuária.
“Sempre fui muito preocupada com a conservação da floresta e do solo – tenho aversão ao uso da grade, por exemplo. Sei da importância da vegetação para a sociedade como um todo. Porém, preservar e proteger a floresta contra incêndios gera custo ao produtor. O CONSERV no Araguaia faz uma quebra de paradigmas e, pela primeira vez, o produtor passa a ser remunerado por isso”, Liliana Maria Crego Forneris, Fazenda Califórnia, Novo São Joaquim (MT). Produção: pecuária.
Serviço:
Valorizando florestas em propriedades privadas: CONSERV NO ARAGUAIA Dia 3 de maio de 2022
Horário: das 10h às 11h30
Local: Youtube do IPAM
INSCRIÇÃO PARA JORNALISTAS COM A ASSESSORIA DE IMPRENSA
Sobre a Liga do Araguaia – 
Em um momento em que segurança alimentar e mudanças climáticas mobilizam a sociedade mundial, desde 2015 a Liga do Araguaia lidera um movimento pela adoção de práticas de pecuária sustentável no Vale do Araguaia. O objetivo da Liga do Araguaia é promover o desenvolvimento econômico e social da região, por meio do aumento da produtividade e renda, respeitando a legislação vigente e os limites dos sistemas naturais. A iniciativa se fundamenta nos pilares da produtividade, da conservação, da redução de emissões e do turismo; e se materializa na forma da implantação de diferentes projetos concebidos e implantados em parceria com organizações públicas e privadas, nacionais e internacionais. É representada, atualmente, por 62 fazendas, correspondendo a 149.000 hectares de pastagens com 47.000 hectares em processo de intensificação e um rebanho estimado de 130 mil cabeças.
Sobre o Ipam – 
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) é uma organização científica, não governamental, e sem fins lucrativos que há 26 anos trabalha pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia, de modo a gerar prosperidade econômica e justiça social, ao mesmo tempo que propõe conservar a integridade dos ecossistemas. Nos últimos anos, vem atuando também no Cerrado para levar o desenvolvimento sustentável ao bioma – igualmente importante e que precisa ser conservado na sua riqueza, nos seus potenciais produtivos, sociais e ambientais. (Ascom)

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