quinta-feira, 7 de novembro, 2024

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Profundidade na superfície

Por Onofre Ribeiro
| Atualizado em 04/10/2018 às 16h38

Numa conversa ontem pela manhã com profissionais do marketing nacional e alguns daqui, chegamos a um consenso: as eleições de 2018 estão absolutamente fora da lógica.
Vamos aos fatos:

1 – o eleitor não está, de fato, se interessando pela eleição;

2 – os meios tradicionais de conversar com o eleitor se esgotaram: comícios, adesivos, carreatas, alto-falantes, outdoors, carros de som, reuniões de grupos;

3 – os programas eleitorais gratuitos na televisão e no rádio ainda produzem algum efeito. Mas muito menos do que em eleições anteriores;

4 – os cabos eleitorais, quase sempre meros compradores de votos pros candidatos estão mudando de papel nesta eleição. O eleitor ainda vende o voto, mas o faz agora com culpa. O papel do cabo eleitoral nesta eleição tem sido distribuir material de campanha no interior, como santinhos, adesivos e cartazes;

5 – os candidatos estão com dificuldades de conversar com os eleitores. É muito clara a rejeição aos políticos e à política. Como dizer? Promessas, não colam mais. Críticas muito menos. A crise já passou como justificativa. O eleitor não acredita em nada do que lhe dizem.

Nesse ambiente, alguns fatos se sobressaem. O eleitor sabe que precisa da política, mas entende política como sujeira, graças aos escândalos nacionais, regionais e locais. Os marqueteiros estão perdidos na busca de um discurso eficiente. Principalmente diante das imensas contradições entre os números levantados pelos institutos de pesquisa que estão errando feio desde as últimas eleições.

A pergunta que nos perseguirá até o dia 7 de outubro será imaginar que tipo de eleitos sairá desse mar de confusões.

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