O caso do desaparecimento da estudante Thaís Lara da Silva foi reaberto pela Polícia Civi após semelhanças com a morte de Luana Marcelo Alves, de 12 anos. A delegada Ana Paula Machado explicou que o ajudante de pedreiro Redimar Silva virou alvo da nova apuração, depois de confessar o sequestro e a morte de Luana, e os casos apresentarem características semelhantes.
“A Polícia Civil começou a investigar em 2019 e, na época todas as diligências foram feitas, mas a vítima [Thaís] não foi localizada. Agora, novas informações surgiram e retomamos o caso. As duas vítimas apresentam características semelhantes: de porte físico e de idade", esclareceu a delegada.
O Grupo de Investigação de Desaparecidos (GID) vai ouvir novas testemunhas e o próprio Reidimar nos próximos dias para saber se ele é responsável pelo sumiço da menina. Thaís Lara tinha 13 anos quando desapareceu no mesmo bairro que Luana, em 2019, no Madre Germana 2, em Goiânia. Na época, Reidimar Silva era vizinho da menina e estava em liberdade condicional após sair da cadeia por um caso de estupro, segundo a delegada.
A nova investigação encontrou diversas semelhanças entre os dois desaparecimentos: Thaís Lara e Luana Marcelo não tinham o hábito de desaparecer; As duas eram meninas quietas e de família; Nenhuma tinha histórico de atos infracionais;
Thaís e Luana tinham o mesmo porte físico e quase a mesma idade, 13 e 12 anos; As duas sumiram após saírem sozinhas nas ruas do bairro Madre Germana II.
A delegada Ana Paula Machado assumiu nesta semana a investigação do desaparecimento de Thaís Lara e já solicitou novas apurações para a Polícia Civil. "Pedimos novos levantamentos de campo para os agentes e há possibilidade de fazer escavações na casa onde Reidimar morou para tentar encontar ossada, se for ele e tiver usado a mesma forma de homicídio contra Luana, que enterrou o corpo no quintal", comentou Ana Paula.
Investigação
Reidimar contou à polícia que tentou estuprar Luana, mas ela resistiu. Por isso, ele enforcou a menina até a morte e a estuprou depois. Queimou o corpo dela, enterrou no quintal de casa e jogou cimento para dificultar as buscas da polícia. O ajudante de pedreiro detalhou aos policiais como abordou Luana no meio da rua e a convenceu a entrar no carro dele:
Quem era Luana
A menina Luana Marcelo Alves era dedicada aos estudos para realizar o sonho de ser médica, conforme revelou a avó Fátima Coelho.
"A Luana era querida e amada por todos. Tinha o sonho de estudar medicina. Uma menina que não dava trabalho, era inteligente, honesta e estudiosa. Para quê fazer isso?", lamentou Fátima Coelho. Luana era tão dedicada aos estudos que até brincou com o pai, na semana antes de ser assassinada, que neste ano não precisava mais ir à escola, porque já tinha sido aprovada em todas as disciplinas.
O pai da menina contou que a filha era um exemplo de responsabilidade. Entre atividades da escola, vídeos de “dancinha” e brincadeiras, ela ajudava a cuidar da casa como gente grande.
“Como a mãe dela trabalha muito e eu também, ela meio que era a dona da casa, ela ligava para mim: ‘papai, hoje o senhor vem almoçar? Porque eu vou fazer’. Eu avisava ela”, relembrou. Robson disse ainda que a filha era à frente do seu tempo. “Ela não era uma menina, era uma menina mulher, tinha responsabilidade de gente adulta no corpo de uma criança”, desabafou.
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