O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou nesta segunda-feira (27) que vai encaminhar para a Assembleia Legislativa um projeto de lei que proíbe a destinação de emendas parlamentares para shows nacionais em Mato Grosso.
A polêmica que ficou nacionalmente conhecida como “CPI do Sertanejo”, veio à tona após a revelação dos valores milionários pagos com dinheiro público para contratação de cantores nacionais. O Ministério Público Estadual (MPE) abriu investigações sobre o caso. “Vou mandar para a Assembleia essa semana um projeto de lei para a gente normatizar um pouco essa história, até para acabar um pouco com essas confusões. Tem dado muita polêmica, acho que é bom fazer um freio de arrumação nesse negócio”, afirmou.
De acordo com o governador, o projeto visa limitar o uso das emendas parlamentares da área da Cultura para artistas locais. “O projeto vai limitar esses recursos da cultura aos artistas mato-grossenses. Se alguém quer fazer um show nacional, ok. Pode fazer, ninguém vai ficar proibindo de fazer. Agora, o dinheiro público mato-grossense é para apoiar os artistas mato-grossenses, a cultura mato-grossense”, explicou.
Questionado, o governador negou que a proposta seja populista com vista à sua eventual reeleição. “Eu falo como governador e tenho responsabilidades. Quando era prefeito e não fui para a reeleição, até o último dia do meu mandato eu tomava decisões que eu achava que eram corretas”, disse.
“Independentemente de ser ou não populares, de ser politicamente corretas, possa ganhar ou não voto, eu acho que o apoio à cultura precisa ter, o apoio a projetos culturais é importante, mas nós temos que apoiar cidadãos mato-grossenses, o artista mato-grossense”, acrescentou.
Reality show
O governador ainda defendeu uma investigação do suposto uso irregular de uma emenda parlamentar do presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (União Brasil), no valor de R$ 450 mil.
O dinheiro foi usado para a realização de um reality show em Várzea Grande, organizado pelo ex-deputado Jajah Neves.
Botelho chegou a declarar que como deputado, não acompanha os projetos depois de aprovar as emendas e alegou que ficou a cargo da comissão da Secretaria de Cultura avaliar se deveria seguir em frente.
Mendes afirmou que as emendas são impositivas, ou seja, o Governo é obrigado a pagar da forma que chega. “Se houve desvio na forma da lei tem que ser apurado e tem que ser devidamente responsabilizado quem fez. As emendas são impositivas, o Governo tem por tradição acolher a indicação dos deputados. Até porque se a gente não faz, cria um problema político com eles. Todo mundo sabe disso”, afirmou.
PUBLICIDADE
O Jornal Folha do Araguaia tem uma trajetória de 11 anos no mercado, trabalhando em parceria com pequenas, médias e grandes empresas no Vale do Araguaia.